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Dia das Mães: histórias, afetos e o que também precisa ser dito

  • Foto do escritor: Natalia Nascimento
    Natalia Nascimento
  • 15 de mai.
  • 2 min de leitura
Um olhar acolhedor sobre as muitas formas de viver — ou não viver — a maternidade
Um olhar acolhedor sobre as muitas formas de viver — ou não viver — a maternidade

O Dia das Mães costuma chegar acompanhado de flores, homenagens e palavras bonitas. É uma data que, para muitas pessoas, evoca gratidão, presença e vínculos cheios de afeto. Uma oportunidade de reconhecer quem cuidou, ensinou, sustentou — dentro das suas possibilidades, limites e histórias.

Mas, como psicóloga, aprendo e testemunho diariamente que essa data também pode abrir espaço para outras emoções: saudade, ausência, mágoas, expectativas frustradas e até silêncios profundos. A relação com a maternidade (ou com a figura materna) é única para cada pessoa — e carrega complexidades que muitas vezes não cabem nas comemorações.


Nem toda mãe é presença

Mãe pode ser sinônimo de amor, aconchego, escuta. Pode ser uma referência, uma lembrança boa, uma presença constante. Mas também pode ser ausência, distância, conflito. Há mães que partiram cedo demais, mães que não puderam maternar, mães que machucaram — intencionalmente ou não. E tudo isso também merece espaço de fala e acolhimento.

Honrar essa data não significa ignorar a dor ou fingir que está tudo bem. Significa permitir-se olhar com gentileza para a própria história — como ela realmente é, sem filtros.


As muitas formas de maternar

A maternidade não acontece de um só jeito. Há mães biológicas, adotivas, mães do coração. Há mulheres que maternam sob outras formas: sendo apoio afetivo, cuidando de sobrinhos, afilhados, alunos, pacientes... Há quem seja mãe de si mesma — por necessidade ou por sobrevivência. E há também aquelas que, com amor e consciência, escolheram não ser mães.

Essas mulheres, que abriram mão da maternidade por sentirem que esse não era o melhor caminho para si (ou para a criança), merecem ser vistas com respeito. Muitas vezes essas escolhas vêm acompanhadas de dor, julgamento externo e um processo interno profundo. Optar por não maternar, quando essa decisão é feita com presença e responsabilidade, também é um ato de cuidado.


Quando o Dia das Mães dói


Se este dia for de festa para você, celebre.

Se for de saudade, que você possa lembrar com ternura — mesmo entre lágrimas.

Se houver confusão, silêncio ou desconforto, saiba que isso também é válido.


Cada emoção vivida tem um sentido. O mais importante é permitir-se sentir, sem pressa de dar conta, sem a cobrança de reagir de uma certa forma.


Talvez hoje seja só mais um domingo.

Talvez seja um dia importante.

Talvez doa, talvez abrace.

Seja como for, que você se trate com o mesmo cuidado que gostaria de ter recebido.


Um convite à escuta e ao cuidado

Mais do que flores, mais do que frases prontas, o que muitas pessoas precisam hoje é de um espaço seguro para sentir o que for verdadeiro. Que este Dia das Mães, com toda a sua complexidade, possa ser também um lembrete: de que ainda podemos ressignificar, curar, compreender — e seguir cuidando, inclusive de nós mesmas.

Com carinho, Natalia Nascimento

Psicóloga | CRP 06/179351

 
 
 

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