Autocuidado não é egoísmo: é responsabilidade afetiva consigo mesma
- Natalia Nascimento
- 15 de mai.
- 3 min de leitura

Vivemos em uma sociedade que, muitas vezes, romantiza o esgotamento e a entrega incondicional ao outro. Em especial para as mulheres, o cuidado com a família, o desempenho no trabalho e a entrega às relações são vistos como virtudes — mesmo quando custam a própria saúde emocional.
Mas o que acontece quando esse cuidado com o outro vem sempre antes do cuidado consigo mesma?
Na Gestalt-terapia, entendemos que o verdadeiro contato com o outro só acontece quando existe contato consigo mesma. Cuidar de si é, antes de tudo, um ato de presença, autorresponsabilidade e afeto genuíno. Isso não é egoísmo — é a base de toda relação saudável, com o mundo e com você.
“Eu faço as minhas coisas, você faz as suas. Eu não estou neste mundo para atender às suas expectativas.” — Fritz Perls, criador da Gestalt-terapia
O que significa se autocuidar na prática?
Autocuidado não se resume a banhos longos ou momentos de lazer — embora eles também sejam importantes. Na perspectiva da Gestalt, autocuidar-se é desenvolver a habilidade de se escutar com profundidade, reconhecendo seus limites, seus sentimentos e seus desejos.
🔸 É quando você aprende a perceber sinais do corpo: o cansaço, o aperto no peito, o suspiro preso.
🔸 É quando você acolhe suas emoções sem julgamento: a tristeza, a raiva, a exaustão ou a confusão.
🔸 É quando você se dá o direito de dizer "não" com firmeza e dizer "sim" com verdade.
Trata-se de um caminho de reconexão com sua essência, com o que é verdadeiro no aqui e agora. É reconhecer-se como alguém inteira, complexa e merecedora de cuidado — não depois que tudo estiver resolvido, mas agora.
Responsabilidade afetiva começa com você
Muito se fala sobre responsabilidade afetiva nas relações, mas pouco se fala sobre a responsabilidade afetiva que temos conosco. Que é a principal responabilidade afetiva aqui. Isso envolve, por exemplo:
✔️ Não se expor a situações que machucam repetidamente
✔️ Não silenciar necessidades por medo de desagradar
✔️ Não se abandonar para ser aceita
✔️ Estar disponível para suas emoções com a mesma gentileza que oferece ao outro
“A mudança real ocorre quando a pessoa se permite ser exatamente quem ela é.” — Arnold Beisser, autor do Paradoxo da Mudança
Esse é um processo de construção interna, que leva tempo e cuidado. Não é sobre se tornar uma nova pessoa, mas sobre permitir-se ser, com verdade, quem você já é — sem máscaras, sem defesas, com mais autenticidade.
Como a psicoterapia pode te ajudar nesse caminho?
A terapia é um espaço seguro para explorar quem você é, o que sente, o que precisa e o que deseja. Através do acompanhamento terapêutico, com base na Gestalt-terapia, é possível:
🧡 Desenvolver uma escuta mais profunda de si mesma
🧡 Redefinir relações a partir do que te faz bem
🧡 Construir limites saudáveis sem culpa
🧡 Praticar o autocuidado como um compromisso interno, não como obrigação externa
🧡 Aprender a se colocar no mundo com mais liberdade, verdade e autonomia
Se você sente que tem vivido em função dos outros, se percebe dificuldade em se priorizar, ou se sente desconectada de si, talvez este seja o momento de iniciar esse olhar mais cuidadoso para dentro.
Vamos caminhar juntas?
🌸 Você não precisa passar por isso sozinha.
Como psicóloga clínica, ofereço um espaço de acolhimento, escuta e construção conjunta. Através da Gestalt-terapia, te acompanho a resgatar seu lugar no mundo com mais verdade, presença e cuidado. Esse processo não acontece de forma mágica — ele nasce da relação, da escuta e da escolha corajosa de olhar para si.
Se algo dentro de você sentiu um chamado com esse texto, estou aqui para te ouvir.
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