Aprendizado
- Natalia Nascimento
- 10 de set. de 2024
- 2 min de leitura

Ao trabalhar com crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) aprendi e desaprendi algumas coisas, uma delas é algo simples como o Olhar.
Atualmente estamos com tanta pressa o tempo todo que não vemos o outro e não somos vistos, perceber isso me faz pensar que não está tudo bem.
Ao conviver com o TEA estamos sempre atentos e comemoramos cada olhar que recebemos, um segundo é incrível! Estamos sempre olhando o outro, atente-se a cada detalhe, pois esse faz diferença. Esse comportamento se generaliza em nossa vida e prestamos mais atenção naqueles que nos cercam típicos ou atípicos, seja no olhar ou no comemorar e reforçar o outro.
Ser olhado é ser reconhecido e olhar é reconhecer o outro.
Com o TEA aprendi a respeitar as diferenças, mas principalmente aprendi a respeitar o tempo do outro. O impacto de um olhar é tanto que ele reforça e encoraja, ao mesmo tempo que tem o poder de nos silenciarmos e desviarmos o olhar, ele pune e desencoraja, se o comportamento é algo que você acredita que precisa ser mudado este é um jeito de lidar com essas e muitas outras situações em nossa vida. O principal aqui? Olhe bem as pessoas a sua volta, veja bem aquilo que te cerca e da mesma forma que você olha para julgar, olhe para acolher. Aproveita que está exercitando esse olhar e veja a si. Se julgue menos e se encoraje mais, se reconheça mais. Você é incrível.
Meu maior aprendizado? Comemorar cada conquista! Independente do que é! Na minha lista de momentos mais felizes da vida, tem ali um prato de sopa vazio.
Me pego comemorando festivamente cada coisinha. As crianças comemoram juntas comigo, já os adultos exitam, ao crescer perdemos isso, quando se comemora com um adulto vem um pequeno sorriso, uma diminuição naquela conquista, quase como um pedido de desculpas, quando o adulto entende que merece aquilo, esse sorriso cresce e ele tenta conter, mas ao se soltar aquilo é lindo, não só para quem vê, mas principalmente para quem sente. Conforme crescemos precisamos voltar e aprender a reconhecer, olhar todas as conquistas e comemorar independente do tamanho delas.
Comentarios